Benefício da escrita à mão




Fonte: BBC - 12/02/15 - Os efeitos deletérios do fim do manuscrito e da caligrafia: Falta de escrever à mão 'pode prejudicar desenvolvimento cerebral das crianças'

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Falta de escrever à mão 'pode prejudicar desenvolvimento cerebral das crianças'

Pesquisa sugere que escrever à mão é mais benéfico para crianças.
A neurocientista cognitiva Karin James, da Universidade de Bloomington, nos Estados Unidos, estudou a importância da escrita à mão para o desenvolvimento do cérebro infantil.
No estudo, as crianças foram separadas em grupos diferentes: um foi treinado para copiar letras à mão enquanto o outro usou computadores.
A pesquisa testou a capacidade destas crianças de aprender as letras; mas os cientistas também usaram exames de ressonância magnética para analisar quais áreas do cérebro eram ativadas e, assim, tentar entender como o cérebro muda enquanto as crianças se familiarizavam com as letras do alfabeto.
Os pesquisadores descobriram que o cérebro responde de forma diferente quando aprende através da cópia de letras à mão de quando aprende as letras digitando-as em um teclado.
"Os dados do exame do cérebro sugerem que escrever prepara um sistema que facilita a leitura quando as crianças começam a passar por este processo", disse James.
Além disso, desenvolver as habilidades motoras mais sofisticadas necessárias para escrever à mão pode ser benéfico em muitas outras áreas do desenvolvimento cognitivo, acrescentou a pesquisadora.
"Em partes do mundo, há uma certa pressa em introduzir computadores nas escolas cada vez mais cedo, isto (esta pesquisa) pode atenuar (esta tendência)", disse Karin James.
Muitas escolas americanas já transformaram o ensino da escrita à mão em alternativa opcional para professores. Por isso, muitos educadores não ensinam mais caligrafia.
Uma solução poderia seria usar algum programa em um tablet que simulasse o ato de escrever à mão.
Mas, pelo que a pesquisa da cientista sugere nada parece substituir o aprendizado com a escrita à mão.

Importância da música




Fonte: POR RENATO GRANDELLE - 19/06/2014 6:00 / ATUALIZADO 19/06/2014 12:17
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Crianças que têm aulas de música ampliam capacidades cognitivas para sempre.

“A música penetra tão profundamente em nosso sistema nervoso que, mesmo em pessoas que sofrem de devastadoras doenças neurológicas, ela é, comumente, a última coisa que perdem.”
(Oliver Sacks – neurocientista)

RIO - Uma das características típicas dos seres humanos — dentre aquelas que nos diferenciam dos demais animais — é a nossa capacidade praticamente única na natureza de criar, tocar e apreciar música. Dos esquimós, no Ártico, passando por habitantes dos desertos africanos, até tribos indígenas no meio da floresta Amazônica, homens são capazes de compor, tocar, cantar e dançar (bem, quase todos, pelo menos). Mas, como costuma dizer o neurocientista Oliver Sacks  “A música não é apenas uma forma pela qual nos conectamos e criamos laços. Ela, literalmente, molda os nossos cérebros.”
Um novo estudo divulgado ontem não só reforça a máxima de Sacks como constata que a música é também capaz de aprimorar as nossas funções cognitivas. Como o funcionamento executivo do cérebro é um forte indicador das conquistas acadêmicas que as pessoas podem vir a ter (mais ainda que o tradicional QI), acreditamos que nossas descobertas têm implicações educacionais importantes — afirmou a principal autora do estudo, Nadine Gaab, do Laboratório de Neurociência Cognitiva do Hospital Infantil de Boston (EUA).
Enquanto muitas escolas estão cortando os programas de música e gastando mais tempo e dinheiro em testes preparatórios, nossas descobertas sugerem que o aprendizado musical pode, de fato, ajudar as crianças a alcançarem metas acadêmicas mais ambiciosas. De acordo com o novo trabalho, crianças que recebem aulas de música regularmente ampliam suas capacidades cerebrais pelo resto de sua vida adulta. A pesquisa publicada na “PLOS One” mostrou que crianças que recebem aulas particulares de música por pelo menos dois anos revelam maior atividade cerebral nas áreas associadas às suas funções executivas — ou seja, os processos cognitivos que permitem aos seres humanos processar e reter informações, resolver problemas e regular comportamentos.
O neurocientista Jorge Moll, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, no Rio de Janeiro afirma que — É difícil saber por que os padrões sonoros são tão engajantes, já que não dependemos da música para sobreviver. Mas há várias evidências de que a música modula fortemente o aprendizado, estimulando a capacidade cognitiva e a relação interpessoal. A percepção de um ritmo influencia o sistema de atenção, induz ao movimento e otimiza o metabolismo e a performance física.
A explicação, segundo Oliver Sacks, um dos maiores especialistas mundiais no tema, está no fato de a música ser uma linguagem tão poderosa quanto a da comunicação verbal: “A atividade musical envolve várias funções do cérebro (emocional, motora e cognitiva), muito mais do que as que usamos para o outro grande feito humano, a linguagem. Por isso, a música é uma forma tão eficaz de nos lembrarmos e de aprender. Não é por acaso que ensinamos às crianças pequenas com rimas e músicas.”
Uma pesquisa divulgada em novembro do ano passado, por exemplo, revelara que os adultos que tocaram instrumentos quando eram crianças (mas não tocavam há décadas) tinha respostas cerebrais mais ágeis. 
Por todas essas características, especialistas acreditam que a música possa servir também como mecanismo terapêutico.
— Nossos resultados têm implicações também para crianças e adultos que lutam com problemas nessas funções do cérebro, como hiperatividade ou demência — afirmou Nadine. — Novos estudos determinarão se a música pode ser usada como ferramenta de intervenção terapêutica.

O que é mais importante, ser inteligente ou ser esforçado?


 
José Menegatti




       Um professor submeteu os mesmos alunos, de sexto ano, a outro teste elaborado para ser extremamente difícil, o qual havia sido preparado originalmente para alunos do oitavo ano, mas que ele queria ver como as crianças reagiriam ao desafio.
 
      Os alunos que haviam sido elogiados pelo esforço no teste inicial, esforçaram-se muito para decifrar os quebra-cabeças. As crianças que haviam sido elogiadas pela inteligência, por outro lado, logo ficavam desestimuladas. Seus erros inevitáveis eram vistos como sinais de fracasso: talvez não fossem tão inteligentes assim, afinal de contas.

      Depois de fazer o teste difícil, os dois grupos de estudantes precisavam escolher entre ver os testes de crianças que haviam se saído pior do que elas ou os de quem se saíra melhor. Os estudantes elogiados pela inteligência quase sempre escolhiam aumentar a autoestima, se comparando com alunos que haviam obtido um resultado pior no teste. Em contraste, crianças elogiadas pelo trabalho duro demonstraram mais interesse pelos testes com pontuações superiores às que tinham obtido. Elas queriam compreender os próprios erros, aprender com eles, entender como se sair melhor.

      O problema é que quando elogiamos pela inteligência não estimulamos a evitar o tipo mais útil de atividade de aprendizado, que é aprender a partir dos erros. Se não experimentarmos os sintomas desagradáveis de estar errado, o cérebro jamais revisará os próprios modelos. Antes dos neurônios acertarem eles têm que errar repetidas vezes. E pode ter certeza, não há atalhos para esse processo árduo. E isso não se aplica somente a crianças, aplica-se a todo mundo.

Fonte:www.gostodeler.com.br. Acesso em 26/02/2015